segunda-feira, 7 de junho de 2010

ENTREVISTAS

COLECIONADORES DE POEMAS
*Ana Luísa Teixeira 6º ano 1
*Arquimedes Camisão de Oliveira-72 anos, Guarda Mor, São João del Rei, MG.
*Poetas que conhece:Carlos Drummond de Andrade, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu

Tristezas
Na marcha da vida De noite e de dia
Que vai a voar Me alvejo no ar
Por essa descida O fumo que eu via
Caminho de mar. Subir do meu lar.

Caminho da morte Que sonhos dourados
Que não há de arrancar Me estão a lembrar!
O grito mais forte Mas tempos passados
Que eu posso exalar. Não podem voltar!

O ai da partida Carreira da vida,
Da pátria, do lar, Que vás a voar
Dos meus e da vida, Por esta decida
Da terra e do ar. Vai mais devagar.

Tá perto da onda Que eu vou deste mundo,
Que me há de tragar, Talvez, descansar
Embora se esconda E nunca do fundo
No fundo do mar. Dos mares voltar...
João de Deus

*Carlos Augusto Rodrigues Vial 6º ano 1
*Luiza Denise Rodrigues Vial-45 anos,Tejuco, São João del Rei, MG.
*Poetas que conhece:Alvarenga Peixoto, Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, Cecília Meireles, Augusto dos Anjos, Castro Alves, Clarice Lispector e muitos outros.
*Poemas que conhece:Noturno, Motivo, Barbara Bela, A aeronave, Afetos, Navio Negreiro, Quadrilha.

Bárbara Bela
Bárbara Bela Eu também queria
Do norte estrela A noite e o dia
Que o meu destino Contigo poder passar
Sabe guiar Mas orgulhosa
De ti ausente Sorte invejosa,
Triste somente D'esta fortuna
As horas passo Me quer privar
A suspirar Tu, entre os braços,
Pôr entre as penhas Temos abraços
De incultas brenhas Da filha amada
Cansa-me a vista Pode gozar,
De te buscar Priva-me da estrela
Porém não vejo De ti e D'ela
Mais te desejo, Busca dou modos
Sem esperança De me matar!
De te encontrar
Alvarenga Peixoto

*Marcelle Cristina Lage Ribeiro 6º ano 1
*Joana Dark Conceição Lage- 61 anos, Belo Horizonte, MG
*Poeta:Carlos Drummond de Andrade


Amor é bicho instruído
Olha:o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino
Essa ferida, meu bem
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.
As coisas que amamos
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite do nosso poder
de respirar a eternidade
Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra maneira se tornam absolutas
numa outra (maior) realidade.
Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nos cansamos, por um outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.
Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária
rebaixamos o amor ao estado de utilidade.
Do sonho eterno fica esse gosto acre
na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.
Brenda de Oliveira Lima 6º ano 1
Shirley Cruz de Lima-52 anos, Tejuco, São João del Rei, MG.
Poeta: Vinícius de Moraes
Soneto do amigo
Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.
O amigo:um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

Nenhum comentário:

Postar um comentário